Já se perguntou por que o dólar está caindo nos últimos dias, mesmo com a guerra na Ucrânia e a crise econômica? o cenário normal da guerra e da alta de juros nos Estados Unidos levaria a nossa moeda o Real a perder seu valor, por causa da à aversão ao risco e uma maior atração de recursos para a economia americana.
A questão é que a combinação da Selic com dois dígitos, a alta das commodities, a saída de investimentos do país russo e a procura dos países do leste europeu por outros mercados emergentes. Todos estes fatores podem explicar por que o dólar está caindo chegando a R$4,79 hoje (25). Sendo que em 2021 a moeda chegou a quase R$5,80.
A valor da moeda segue em queda pelo oitavo dia seguido sendo o menor valor a ser registrado desde o mês de março de 2020. Alguns analistas afirmam que a nossa moeda continuará a ganhando força em relação ao dólar ganhando níveis mais baixos. Isso devido a concepção das commodities em alta e a ação do Banco Central em aumentar a taxa básica de juros.
Mas isso no curto prazo, especula-se que com uma futura alta mais forte dos juros nos Estados Unidos e a chegada das eleições em outubro é possível que o dólar ganhe força novamente e volte a subir. Por hora entenda melhor esta queda que o dólar vem sofrendo recentemente em relação ao real brasileiro.
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O que fez o dólar cair?
De uma forma resumida o economista Silvio campos, relata que dois fatores explicam por que o dólar está caindo. Em primeiro lugar é a alta das commodities (soja, milho, carne bovina, açúcar etc.) da qual o brasil é um dos grandes produtores e exportador mundial.
E em segundo lugar é a Selic que é nossa taxa básica de juros, atualmente está com percentual em 11,75%. E tem perspectivas de novas altas nos próximos meses. A moeda brasileira estava muito desvalorizada, e sem nenhum exímio de correção no curto prazo, causando surpresa sua recente queda.
Este ano de 2022 é um ano bem favorável para as commodities, e isto foi acentuado com o conflito no leste europeu. O conflito fez com que os preços de diversos itens subissem, e como o Brasil é um grande exportador fez com que o real se beneficiasse de certa forma.
E a nossa forte alta dos juros nos colocou em segundo com a maior taxa de juros reais do mundo. Os juros reais são medidos a taxa de juros nominal menos a inflação. Além desta posição também estamos e quarto lugar com a maior taxa de juros nominal, atrás de países om graves problemas econômicos, como Argentina (42,5%), Rússia (20%) e Turquia (14%).
A colocação da taxa de juros para um patamar mais alinhado com a nossa realidade permitiu que os investidores olhassem para o país, então vimos uma mudança nos de fluxos de investimento desde o início do ano. Somado a isso a bolsa de valores brasileira muito barata se comparada ao mercado internacional com títulos ligados ao setor de commodities.
Por fim, o fluxo dos investidores que abandonaram a Rússia e o leste europeu, devido a instabilidade e incertezas ligados a região. Eles viram no Brasil uma alternativa de investimento em países emergentes (País em desenvolvimento). O Banco Central registrou uma entrada de mais de US$10 bilhões de dólares no país este ano.
Os dados mostram que os investidores estrangeiros voltaram a olhar o Brasil como sendo atrativo. Antes um país barato com moeda desvalorizada, mas agora com commodities e juros em alta. tornando-se uma referência para países emergentes.
O valor do dólar vai continuar caindo?
De acordo com o economista Silvio campos, sim, o dólar tende a continuar caindo nos próximos períodos. Analisando todos os fatores que estão empurrando a moeda americana para baixo, não vemos nenhuma chance de mudança no cenário. Isto porque os preços das commodities continuarão sendo pressionados.
Além disto, por mais que o Banco Central queira encerrar este ciclo de alta da Selic, não tem como determinar a porcentagem final da taxa de juros. E na ultima reunião do Copom, o Banco Central indicou que pode elevar a Selic acima dos 12,75%. Isto dependendo do que vai acontecer com o preço do barril do petróleo, que afeta o preço dos combustíveis no país.
Dito isto, na ultima quarta-feira (23) o valor do barril chegou a US$120, pressionando ainda mais a autoridade monetária a ter que elevar a taxa Selic. Entretanto em meio aos acontecimentos fica difícil prever até onde o dólar vai cair. As opiniões dos economistas divergem especulando em valores como R$4,65 á até R$4,40.
No entanto estes avaliam que é o cenário menos provável, já que existe outros fatores envolvidos que podem por um freio nesta valorização do Real no longo prazo.
Por que o dólar está caindo não é uma situação sustentável?
É avaliado que com a chegada das eleições e a alta de juros mais intensa nos Estados Unidos esta situação deve parar. Como o real está valorizado neste momento em que o Banco Central Americano (FED) está subindo o juros e a moeda é apreciada globalmente. Os aumentos dos juros lá fora vai dificultar os investimentos em países emergentes.
Já as eleições podem trazer uma volatilidade ao câmbio, porque os candidatos favoritos à presidência, são visto pelo mercado como não comprometidos com uma agenda econômica ortodoxa e com reformas para reduzir o gasto público. As condições politicas do país traz incertezas quanto a condução da economia no próximo ano (2022).
E por último a guerra permanece como um fator de incerteza. E se houver piora na crise no leste europeu aumentara a aversão ao risco tirando os investimentos dos países emergentes. Elevando a busca por investimentos mais seguros, que consequentemente enfraqueceria a moeda brasileira.